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18 de dezembro de 2007

Sim a Dom Luiz Cappio, Não à Transposição do Rio S. Francisco

Marcos Arruda*

Pres. Lula da SilvaPor favor, Presidente. Dom Cappio não está só. O gesto amoroso que ele faz com a greve de fome - amor ao povo brasileiro e amor à Natureza e ao Velho Chico - não é um gesto isolado, mas sim povoado de presenças de milhões pelo Brasil afora e também pelo mundo! Uma pequena mostra será o Jejum Solidária que muitxs estaremos fazendo no Brasil e no exterior, em apoio à causa e como clamor pela vida do Velho Chico e de Dom Cappio! O gesto de Dom Cappio, e o nosso, é um gesto moral, pois simboliza com eloqüência a FOME a que está sendo levado o Rio S. Francisco e sua imensa Bacia. Mas é igualmente um gesto político, pois questiona uma opção que não tem NADA de técnica. Técnica, e solidamente científica, seria a opção pela revitalização, pois através dela estariam sendo beneficiados 34 milhões de pessoas da Bacia do Velho Chico. Sendo eficiente e ecologicamente sustentável, é tecnicamente e cientificamente a mais sábia e correta. É também um gesto de repúdio contra a militarização das obras de transposição, que atentam contra o direito sagrado do povo de indignar-se e protestar, e de expressar por diversas formas, pacíficas, seu repúdio ao projeto e sua determinação de defender seu meio de vida e a integridade do seu ecossistema. A opção pela transposição é tecnicamente equivocada. Ela NÃO vai resolver o problema da seca, nem as carências de água e de alimentos da população do Semi-Árido. Ela toma o Semi-Árido como o inimigo, quando os inimigos são outros: latifúndio, agronegócio, busca de lucro fácil e imediato através da exportação, ausência de qualquer real preocupação com uma solução estrutural e sustentável para a fome, a pobreza, a miséria, a falta de acesso à terra, aos meios de torná-la fértil, a uma assistência técnica eficaz, ao fim das violações dos direitos dos povos indígenas, à educação, à saúde, enfim, aos direitos de cidadania que garantam uma vida humana e digna. Presidente, enquanto o Brasil 'economiza' R$ 106 bilhões até outubro para pagar juros aos banqueiros, já excessivamente ricos, o Nordeste de onde você veio continua sofrendo de doenças e mortes evitáveis. Seu gesto corajoso de retirar os 41 blocos do campo de Tupi do 9o. leilão precisa ser repetido, cancelando o projeto faraônico, elitista e irresponsável de transposição. E optando pela revitalização, pelo milhão de cisternas, pelas 140 técnicas alternativas e ecologicamente sustentáveis, pelas 530 obras previstas no projeto da Agência Nacional das Águas. Pela REVITALIZAÇÃO DE TODA A BACIA DO RIO SÃO FRANCISCOPor um Projeto de Convivência com o Semi-áridoPelo ARQUIVAMENTO DO INSANO E FARAÔNICO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO!Pelo respeito à sua própria palavra, Presidente, dada há dois anos ao Bispo Dom Cappio, de que a transposição não seria levada adiante sem uma ampla discussão democrática com a população! Prof. Marcos ArrudaPACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul


*Socioeconomista e educador do PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul, Rio de Janeiro, e sócio do Instituto Transnacional

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Marcos Arruda*

Pres. Lula da SilvaPor favor, Presidente. Dom Cappio não está só. O gesto amoroso que ele faz com a greve de fome - amor ao povo brasileiro e amor à Natureza e ao Velho Chico - não é um gesto isolado, mas sim povoado de presenças de milhões pelo Brasil afora e também pelo mundo! Uma pequena mostra será o Jejum Solidária que muitxs estaremos fazendo no Brasil e no exterior, em apoio à causa e como clamor pela vida do Velho Chico e de Dom Cappio! O gesto de Dom Cappio, e o nosso, é um gesto moral, pois simboliza com eloqüência a FOME a que está sendo levado o Rio S. Francisco e sua imensa Bacia. Mas é igualmente um gesto político, pois questiona uma opção que não tem NADA de técnica. Técnica, e solidamente científica, seria a opção pela revitalização, pois através dela estariam sendo beneficiados 34 milhões de pessoas da Bacia do Velho Chico. Sendo eficiente e ecologicamente sustentável, é tecnicamente e cientificamente a mais sábia e correta. É também um gesto de repúdio contra a militarização das obras de transposição, que atentam contra o direito sagrado do povo de indignar-se e protestar, e de expressar por diversas formas, pacíficas, seu repúdio ao projeto e sua determinação de defender seu meio de vida e a integridade do seu ecossistema. A opção pela transposição é tecnicamente equivocada. Ela NÃO vai resolver o problema da seca, nem as carências de água e de alimentos da população do Semi-Árido. Ela toma o Semi-Árido como o inimigo, quando os inimigos são outros: latifúndio, agronegócio, busca de lucro fácil e imediato através da exportação, ausência de qualquer real preocupação com uma solução estrutural e sustentável para a fome, a pobreza, a miséria, a falta de acesso à terra, aos meios de torná-la fértil, a uma assistência técnica eficaz, ao fim das violações dos direitos dos povos indígenas, à educação, à saúde, enfim, aos direitos de cidadania que garantam uma vida humana e digna. Presidente, enquanto o Brasil 'economiza' R$ 106 bilhões até outubro para pagar juros aos banqueiros, já excessivamente ricos, o Nordeste de onde você veio continua sofrendo de doenças e mortes evitáveis. Seu gesto corajoso de retirar os 41 blocos do campo de Tupi do 9o. leilão precisa ser repetido, cancelando o projeto faraônico, elitista e irresponsável de transposição. E optando pela revitalização, pelo milhão de cisternas, pelas 140 técnicas alternativas e ecologicamente sustentáveis, pelas 530 obras previstas no projeto da Agência Nacional das Águas. Pela REVITALIZAÇÃO DE TODA A BACIA DO RIO SÃO FRANCISCOPor um Projeto de Convivência com o Semi-áridoPelo ARQUIVAMENTO DO INSANO E FARAÔNICO PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DO VELHO CHICO!Pelo respeito à sua própria palavra, Presidente, dada há dois anos ao Bispo Dom Cappio, de que a transposição não seria levada adiante sem uma ampla discussão democrática com a população! Prof. Marcos ArrudaPACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul


*Socioeconomista e educador do PACS - Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul, Rio de Janeiro, e sócio do Instituto Transnacional

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