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10 de dezembro de 2008

1948-2008

Hoje, 10 dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos.
Inúmeras inicitivas tentam popularizar o tema dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, convivemos com terríveis violações desses mesmos direitos, agora transmitidas ao vivo, via satélite, através da tv, internet, etc...
Você já leu a Declaração?

O que assusta e preocupa é o fato de, entre os violadores, com freqüência são instituições e autoridades - governos, polícias, tropas destinadas a missões pacificadoras e outros.
Para quem não está familiarizado com este tema, vou colocar algumas informações sobre como foi escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada durante dois anos, foi pontuada por desacordos entre países comunistas e capitalistas até ser aprovada, em Paris, às 23h56 de 10 de dezembro de 1948. A aprovação aconteceu por unanimidade, na 3ª Sessão da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas ), presidida por Herbert Evah. Na época, o organismo reunia 58 países.

União Soviética, Belarus, Ucrânia, Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia, Arábia Saudita e África do Sul se abstiveram. Honduras e Iêmen não estavam presentes. Entre os que votaram, houve unanimidade: 48 votos a 0. A pedido do delegado polonês Julius Kitzsoctly, foram lidos todos os artigos. Silêncio significava consentimento da audiência. A votação aconteceu ao final da leitura, que demorou quatro horas. Até o último dia, a Declaração foi objeto de batalhas. A URSS, representada por Andrei Vishinsky, fez um esforço final para que a votação fosse adiada. Ele pedia a revisão de artigos. A proposta foi rejeitada (45 votos a 6 e 3 abstenções). Classificando a Declaração de insatisfatória, os soviéticos se recusaram a votá-la e tentaram incentivar outros países a fazer o mesmo.

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo países estava dividido em dois blocos: de um lado, capitalistas, de outro, comunistas. Nesse clima que, em 1946, a ONU começou-se a formar a Comissão de Direitos Humanos. Foi decidido que teria 18 membros. A primeira reunião ocorreu em janeiro de 1947. Nela foi decidida a criação de uma carta normatizando os direitos humanos. Oito países foram designados para elaborar um esboço, aprovado por 12 votos a 0, em julho. Em dezembro, a comissão foi dividida em três subgrupos: um trabalharia no texto; o segundo, nos métodos de implantação; o terceiro buscaria dados de apoio. O esboço final ficou pronto em dezembro.

A ONU teve até maio de 1948 para estudar o texto. Os governos receberam cópias e enviaram sugestões de alteração. Algumas partes foram reescritas até a aprovação final. Houve polêmicas. O primeiro artigo diz que "todos os seres humanos nascem livres e em igualdade de direitos". Originalmente a palavra utilizada era "men" (homens, em inglês), mas os EUA eram contra. Eles queriam trocá-la por "human being" (ser humano). Conseguiram.
A China implicou com o texto original do artigo 2 -"Todo homem tem capacidade para gozar as liberdades (...) sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua (...)- porque colocava a palavra "cor" antes da palavra "raça". Os chineses entendiam que o parágrafo listava uma ordem decrescente de importância. Para eles, a ordem certa era "raça" e depois "cor", como acabou ficando.
(fonte de dados, Folha de S. Paulo)

Esta é uma breve história, existem muitos escritos sobre como se chegou ao texto original. Abaixo coloco a versão popular da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrita por Frei Betto.


Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.
Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.
Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.
Todos temos à saúde e assistência médica e hospitalar.
Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura.
Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.
Todos temos direito à organização popular, sindical e política.
Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo.
Todos temos direito à informação verdadeira e correta.
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.
Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove a contrário.
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos.







9 comentários:

  1. pra falar a verdade eu nem sabia disso...mas também pra que lenmbrar? esses direitos são cumpridos? dificilmente...

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  2. Pra que lembrar?
    Não são cumpridos porque as próprias pessoas não fazem questao de lembrar.
    É preciso uma Declaração Universal dos Direitos Humanos pra respeitarmos um ao outro, uma mostra de quão mal lapidados são os seres humanos.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom saber sobre essas coisas,os direitos humandos é uma ferramenta importante no combate as mazelas do mundo atual

    ResponderExcluir
  4. legal ein.. gostei sim, não sabia disso e olha lá... por iso ainda q gosto dos blogs... pq além de partilhar a amizade (virtual) tb partilham informação q outros meios (leia-se mídia) pode interferir com sua opinião sobre o assunto. MAs mesmo assim, o post foi bonito!

    até

    alohaaaa

    ResponderExcluir
  5. Engraçado que nesta Declaração, o que se percebe é que muitas vezes, nas coisas mais básicas da nossa vida, percebemos ser uma estrada nem sempre de mão dupla: é exigido que cumpramos a Declaração. E na maioria das vezes quem faz essas exigência costuma ser o primeiro a não praticar.
    Engraçado isso...

    ResponderExcluir
  6. Sim.
    Lembrava-me perfeitamente.
    O que me intriga é que há mais ou menos 60 anos ela não é posta em prática, rs.

    ResponderExcluir
  7. Olá Deka!
    Tive oportunidade de ler a declaração na faculdade, por causa do curso.
    É tudo muito bonito, assim como a nossa constituição, pena que na prática seja tão diferente.

    Obrigada por sua visita!
    Blog atualizado.

    Um beijo Srta!

    ResponderExcluir
  8. 60 anos e nem 60% da declaração é respeitada, em nenhum dos 5 continentes... Dá para comemorar assim?

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  9. Mentira! Falamos sobre as mesmas coisas! hahahahahaha estamos em harmonia

    ResponderExcluir

Olá! Se está aqui, leu e quer dizer algo...

10 de dezembro de 2008

1948-2008

Hoje, 10 dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos.
Inúmeras inicitivas tentam popularizar o tema dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, convivemos com terríveis violações desses mesmos direitos, agora transmitidas ao vivo, via satélite, através da tv, internet, etc...
Você já leu a Declaração?

O que assusta e preocupa é o fato de, entre os violadores, com freqüência são instituições e autoridades - governos, polícias, tropas destinadas a missões pacificadoras e outros.
Para quem não está familiarizado com este tema, vou colocar algumas informações sobre como foi escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada durante dois anos, foi pontuada por desacordos entre países comunistas e capitalistas até ser aprovada, em Paris, às 23h56 de 10 de dezembro de 1948. A aprovação aconteceu por unanimidade, na 3ª Sessão da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas ), presidida por Herbert Evah. Na época, o organismo reunia 58 países.

União Soviética, Belarus, Ucrânia, Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia, Arábia Saudita e África do Sul se abstiveram. Honduras e Iêmen não estavam presentes. Entre os que votaram, houve unanimidade: 48 votos a 0. A pedido do delegado polonês Julius Kitzsoctly, foram lidos todos os artigos. Silêncio significava consentimento da audiência. A votação aconteceu ao final da leitura, que demorou quatro horas. Até o último dia, a Declaração foi objeto de batalhas. A URSS, representada por Andrei Vishinsky, fez um esforço final para que a votação fosse adiada. Ele pedia a revisão de artigos. A proposta foi rejeitada (45 votos a 6 e 3 abstenções). Classificando a Declaração de insatisfatória, os soviéticos se recusaram a votá-la e tentaram incentivar outros países a fazer o mesmo.

Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo países estava dividido em dois blocos: de um lado, capitalistas, de outro, comunistas. Nesse clima que, em 1946, a ONU começou-se a formar a Comissão de Direitos Humanos. Foi decidido que teria 18 membros. A primeira reunião ocorreu em janeiro de 1947. Nela foi decidida a criação de uma carta normatizando os direitos humanos. Oito países foram designados para elaborar um esboço, aprovado por 12 votos a 0, em julho. Em dezembro, a comissão foi dividida em três subgrupos: um trabalharia no texto; o segundo, nos métodos de implantação; o terceiro buscaria dados de apoio. O esboço final ficou pronto em dezembro.

A ONU teve até maio de 1948 para estudar o texto. Os governos receberam cópias e enviaram sugestões de alteração. Algumas partes foram reescritas até a aprovação final. Houve polêmicas. O primeiro artigo diz que "todos os seres humanos nascem livres e em igualdade de direitos". Originalmente a palavra utilizada era "men" (homens, em inglês), mas os EUA eram contra. Eles queriam trocá-la por "human being" (ser humano). Conseguiram.
A China implicou com o texto original do artigo 2 -"Todo homem tem capacidade para gozar as liberdades (...) sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua (...)- porque colocava a palavra "cor" antes da palavra "raça". Os chineses entendiam que o parágrafo listava uma ordem decrescente de importância. Para eles, a ordem certa era "raça" e depois "cor", como acabou ficando.
(fonte de dados, Folha de S. Paulo)

Esta é uma breve história, existem muitos escritos sobre como se chegou ao texto original. Abaixo coloco a versão popular da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrita por Frei Betto.


Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.
Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.
Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.
Todos temos à saúde e assistência médica e hospitalar.
Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura.
Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.
Todos temos direito à organização popular, sindical e política.
Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo.
Todos temos direito à informação verdadeira e correta.
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.
Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove a contrário.
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos.







9 comentários:

  1. pra falar a verdade eu nem sabia disso...mas também pra que lenmbrar? esses direitos são cumpridos? dificilmente...

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  2. Pra que lembrar?
    Não são cumpridos porque as próprias pessoas não fazem questao de lembrar.
    É preciso uma Declaração Universal dos Direitos Humanos pra respeitarmos um ao outro, uma mostra de quão mal lapidados são os seres humanos.

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  3. Muito bom saber sobre essas coisas,os direitos humandos é uma ferramenta importante no combate as mazelas do mundo atual

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  4. legal ein.. gostei sim, não sabia disso e olha lá... por iso ainda q gosto dos blogs... pq além de partilhar a amizade (virtual) tb partilham informação q outros meios (leia-se mídia) pode interferir com sua opinião sobre o assunto. MAs mesmo assim, o post foi bonito!

    até

    alohaaaa

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  5. Engraçado que nesta Declaração, o que se percebe é que muitas vezes, nas coisas mais básicas da nossa vida, percebemos ser uma estrada nem sempre de mão dupla: é exigido que cumpramos a Declaração. E na maioria das vezes quem faz essas exigência costuma ser o primeiro a não praticar.
    Engraçado isso...

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  6. Sim.
    Lembrava-me perfeitamente.
    O que me intriga é que há mais ou menos 60 anos ela não é posta em prática, rs.

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  7. Olá Deka!
    Tive oportunidade de ler a declaração na faculdade, por causa do curso.
    É tudo muito bonito, assim como a nossa constituição, pena que na prática seja tão diferente.

    Obrigada por sua visita!
    Blog atualizado.

    Um beijo Srta!

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  8. 60 anos e nem 60% da declaração é respeitada, em nenhum dos 5 continentes... Dá para comemorar assim?

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  9. Mentira! Falamos sobre as mesmas coisas! hahahahahaha estamos em harmonia

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Olá! Se está aqui, leu e quer dizer algo...