Hoje, 10 dezembro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos.
Inúmeras inicitivas tentam popularizar o tema dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, convivemos com terríveis violações desses mesmos direitos, agora transmitidas ao vivo, via satélite, através da tv, internet, etc...
Você já leu a Declaração?
O que assusta e preocupa é o fato de, entre os violadores, com freqüência são instituições e autoridades - governos, polícias, tropas destinadas a missões pacificadoras e outros.
Para quem não está familiarizado com este tema, vou colocar algumas informações sobre como foi escrita a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, elaborada durante dois anos, foi pontuada por desacordos entre países comunistas e capitalistas até ser aprovada, em Paris, às 23h56 de 10 de dezembro de 1948. A aprovação aconteceu por unanimidade, na 3ª Sessão da Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas ), presidida por Herbert Evah. Na época, o organismo reunia 58 países.
União Soviética, Belarus, Ucrânia, Tchecoslováquia, Polônia, Iugoslávia, Arábia Saudita e África do Sul se abstiveram. Honduras e Iêmen não estavam presentes. Entre os que votaram, houve unanimidade: 48 votos a 0. A pedido do delegado polonês Julius Kitzsoctly, foram lidos todos os artigos. Silêncio significava consentimento da audiência. A votação aconteceu ao final da leitura, que demorou quatro horas. Até o último dia, a Declaração foi objeto de batalhas. A URSS, representada por Andrei Vishinsky, fez um esforço final para que a votação fosse adiada. Ele pedia a revisão de artigos. A proposta foi rejeitada (45 votos a 6 e 3 abstenções). Classificando a Declaração de insatisfatória, os soviéticos se recusaram a votá-la e tentaram incentivar outros países a fazer o mesmo.
Após a Segunda Guerra Mundial, o mundo países estava dividido em dois blocos: de um lado, capitalistas, de outro, comunistas. Nesse clima que, em 1946, a ONU começou-se a formar a Comissão de Direitos Humanos. Foi decidido que teria 18 membros. A primeira reunião ocorreu em janeiro de 1947. Nela foi decidida a criação de uma carta normatizando os direitos humanos. Oito países foram designados para elaborar um esboço, aprovado por 12 votos a 0, em julho. Em dezembro, a comissão foi dividida em três subgrupos: um trabalharia no texto; o segundo, nos métodos de implantação; o terceiro buscaria dados de apoio. O esboço final ficou pronto em dezembro.
A ONU teve até maio de 1948 para estudar o texto. Os governos receberam cópias e enviaram sugestões de alteração. Algumas partes foram reescritas até a aprovação final. Houve polêmicas. O primeiro artigo diz que "todos os seres humanos nascem livres e em igualdade de direitos". Originalmente a palavra utilizada era "men" (homens, em inglês), mas os EUA eram contra. Eles queriam trocá-la por "human being" (ser humano). Conseguiram.
A China implicou com o texto original do artigo 2 -"Todo homem tem capacidade para gozar as liberdades (...) sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua (...)- porque colocava a palavra "cor" antes da palavra "raça". Os chineses entendiam que o parágrafo listava uma ordem decrescente de importância. Para eles, a ordem certa era "raça" e depois "cor", como acabou ficando.
(fonte de dados, Folha de S. Paulo)
Esta é uma breve história, existem muitos escritos sobre como se chegou ao texto original. Abaixo coloco a versão popular da Declaração Universal dos Direitos Humanos, escrita por Frei Betto.
Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos.
Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social.
Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra.
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado.
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias.
Todos temos à saúde e assistência médica e hospitalar.
Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura.
Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice.
Todos temos direito à organização popular, sindical e política.
Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo.
Todos temos direito à informação verdadeira e correta.
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país.
Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação.
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei.
Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa.
Toda pessoa é inocente até que a justiça, baseada na lei, prove a contrário.
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer.
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor.
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade.
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos.
pra falar a verdade eu nem sabia disso...mas também pra que lenmbrar? esses direitos são cumpridos? dificilmente...
ResponderExcluirPra que lembrar?
ResponderExcluirNão são cumpridos porque as próprias pessoas não fazem questao de lembrar.
É preciso uma Declaração Universal dos Direitos Humanos pra respeitarmos um ao outro, uma mostra de quão mal lapidados são os seres humanos.
Muito bom saber sobre essas coisas,os direitos humandos é uma ferramenta importante no combate as mazelas do mundo atual
ResponderExcluirlegal ein.. gostei sim, não sabia disso e olha lá... por iso ainda q gosto dos blogs... pq além de partilhar a amizade (virtual) tb partilham informação q outros meios (leia-se mídia) pode interferir com sua opinião sobre o assunto. MAs mesmo assim, o post foi bonito!
ResponderExcluiraté
alohaaaa
Engraçado que nesta Declaração, o que se percebe é que muitas vezes, nas coisas mais básicas da nossa vida, percebemos ser uma estrada nem sempre de mão dupla: é exigido que cumpramos a Declaração. E na maioria das vezes quem faz essas exigência costuma ser o primeiro a não praticar.
ResponderExcluirEngraçado isso...
Sim.
ResponderExcluirLembrava-me perfeitamente.
O que me intriga é que há mais ou menos 60 anos ela não é posta em prática, rs.
Olá Deka!
ResponderExcluirTive oportunidade de ler a declaração na faculdade, por causa do curso.
É tudo muito bonito, assim como a nossa constituição, pena que na prática seja tão diferente.
Obrigada por sua visita!
Blog atualizado.
Um beijo Srta!
60 anos e nem 60% da declaração é respeitada, em nenhum dos 5 continentes... Dá para comemorar assim?
ResponderExcluirMentira! Falamos sobre as mesmas coisas! hahahahahaha estamos em harmonia
ResponderExcluir